domingo, 2 de janeiro de 2011

A GEOLOGIA DA CRIAÇÃO



1)      DURAÇÃO DA CRIAÇÃO: O TEMPO GEOLÓGICO E O TEMPO BÍBLICO
A cristandade sempre acreditou que a criação dos céus e da Terra duraram seis dias (do nascer ao entardecer) conforme registrado no livro de Genesis, conforme dado a Moisés por revelação, durante seu ministério terreno.
O registro da criação é a primeira informação apresentada na Bíblia, mas não significa que aí também seja o início do plano de Deus para o homem, ou o início de sua existência.
Em Genesis 1:9-10 lemos:
Gen 1:9  E disse Deus: Ajuntem-se num só lugar as águas que estão debaixo do céu, e apareça o elemento seco. E assim foi.

Gen 1:10  Chamou Deus ao elemento seco terra, e ao ajuntamento das águas mares. E viu Deus que isso era bom.
O profeta Joseph Smith, sabiamente ensinou que a palavra “dia” encontrada no livro de Genesis ao se referir aos períodos da criação, não são necessariamente um dia no planeta Terra (ou seja, vinte e quatro horas), mas que a melhor palavra para descrever cada período de criação seria traduzir a palavra “dia” por “vez” 1. Esta tradução alternativa está de acordo com os escritos originais hebraicos/aramaicos. O termo utilizado em Genesis para “dia” é יום e de acordo com Brown-Driver-Briggs2 pode ser traduzido como divisão de tempo ou período.
Alguns estudantes do assunto tem aventado a possibilidade de que o termo “dia” se refira ao tempo de rotação de Colobe, que é a estrela mais próxima da habitação do SENHOR3. É dito nas escrituras que um dia em Colobe, corresponde a mil anos para o homem (Abraão 3:4, Salmos 90:4, II Pedro 3:8). Assim, seis dias de criação corresponderia a seis mil anos.
No século XIX um talentoso estudante de geologia percebeu que átomos de determinado elemento emitiam radiação de determinadas partículas em quantidades padrão, e que de tempos em tempos, por períodos fixos, esta radiação diminuía pela metade. Assim, ele percebeu que átomos de urânio, após certo de tempo padrão de radiação se tornavam em chumbo. A partir deste conceito, medindo proporções em rochas dos elementos urânio e chumbo, foi possível conhecer a idade das rochas. Este conceito se tornou conhecido como meia-vida. Este geólogo passou toda a sua vida coletando rochas de todo mundo e datando a época de suas criações. A idade estimada do planeta Terra, de acordo com as rochas mais antigas já encontradas no planeta é de 4,56 bilhões de anos. Deste modo verifica-se que não se sustenta a teoria de que a Terra teria somente seis mil anos de existência até o momento da criação de Adão. 

2)      O REGISTRO GEOLÓGICO NA BACIA DO RIO PARANÁ
De certa forma, o modo simplista como se encontra registrado o evento da criação nos versículos de Genesis dá-se a impressão de um ato único, instantâneo e simples. Porém a observação das rochas, e do registro histórico que eles contem, nos permite complementar este conhecimento.
Considerando apenas algumas centenas de metros de espessura de rochas abaixo de onde se encontra minha cidade natal (Londrina, Paraná, Brasil), existem uma infinidade de camadas de rochas distintas. Citarei apenas as três primeiras, a partir da superfície.
Londrina se encontra sobre rochas ígneas, ou seja, magma solidificado (Figura 1). Apesar de nunca ter havido vulcões na região de Londrina, houveram grandes derrames de magma, que subiram até a superfície através de fissuras (vulcanismo de fissuras), em derrames sucessivos. Nesta região a espessura média somada dos derrames atingem de oitocentos a mil metros. Estes derrames de magma se estenderam do Jurássico até o Cretáceo (aproximadamente 150 milhões até 90 milhões de anos atrás), época em que grandes répteis viveram na Terra, conhecidos como dinossauros.


FIGURA 1- Local: Rodovia BR-369, Ibiporã/Pr

Logo abaixo dos magma resfriado citado, encontra-se uma camada de rochas sedimentares composta por grãos de areia, que por este motivo é denominada de arenito. Esta camada de rocha é conhecida pelo meio técnico como Formação Botucatu. Antes dos derrames de magma já citados, houve um deserto de grande extensão nesta região. Este deserto tinha dimensões continentais, seguindo do Uruguai até Goiás. Quando as areias deste deserto foram recobertas pelos derrames de magma, as mesmas foram compactadas se transformando em rocha arenítica. Apesar de estarem a aproximadamente 800 metros de profundidade na região de Londrina, estas rochas areníticas que no passado foram um deserto se encontram na superfície em vários locais do Brasil (Figura 2).


FIGURA 2 - Local: Rodovia SP-280 (Castello Branco).
Abaixo das rochas que se formaram a partir deste deserto, ou seja, anterior à existência do deserto, nesta mesma região houveram grandes rios com fluxo lento, o que favoreceu a deposição de partículas pequenas e finas de solo, denominadas de argila e silte. Quando estas camadas de solo (argilas e siltes) foram depositadas e posteriormente compactadas pelas deserto que se formou sobre elas, as mesmas se tornaram uma espessa camada de rochas (Figura 3 – Rochas avermelhadas). Nestas rochas são encontrados alguns fósseis de animais e plantas com milhões de anos de idade.

  
FIGURA 3 - Local: Rodovia PR-090, Sapopema/Pr.
Na figura anterior é possível notar as rochas da Formação Botucatu, ou seja, o antigo deserto (rochas esbranquiçadas na parte superior da foto), sobrepondo-se às rochas formadas de argila e silte em ambiente fluvial (rio), de cor avermelhada.
Com esta breve explanação é possível notar três ambientes completamente distintos que já existiram em nossa região (vulcanismo, deserto e rios gigantes). A título de curiosidade pode-se citar ainda o fato de em épocas passadas, a região de Londrina/Pr ter estado submersa em relação ao nível do mar, ou seja, o mar já existiu aqui. Prova disso é a existência de rochas calcárias em Sapopema/Pr, com fosseis de animais marinhos, plantas marinhas e conchas marinhas.
Deste modo conclui-se que todos estes eventos não podem ter acontecido em um único dia, ou seja, a separação entre “terra” e “água” conforme registrada no livro de Genesis não pode ter sido instantânea, mas que demandou muito tempo (milhões de anos).

3)      A ORDEM DE CRIAÇÃO APRESENTADA EM GÊNESIS SE ASSEMELHA A ORDEM CONHECIDA PELOS REGISTROS GEOLÓGICOS
Um evidencia cientifica da veracidade dos textos sagrados que tratam da criação, e que na época de Moisés ou Abraão (escritores de Genesis e do Livro de Abraão, que tratam da criação) não era conhecida, era de que, segundo as teorias evolucionistas, a água era necessária para a criação da vida, e que a mesma não seria possível sem a presença de água.
Nos livros de Genesis e Abraão a ordem da criação é a mesma, e ambas relatam a presença de água no planeta, antes da criação das formas de vida vegetais e animais. E ainda mais, estando o homem no topo da cadeia alimentar, ou seja, precisando de animais e vegetais para sua sobrevivência alimentar, ele foi o ultimo a ser criado, assim como afirma as teorias evolucionistas.

4)      CONCLUSÃO
Por meio destas breves e simples explanações pode-se apoiar a idéia de que a criação abrangeu um grande período de tempo, diferente do conceito comum que existe mesmo entre alguns eruditos religiosos.
Vale ressaltar que o conhecimento cientifico deve somente, na melhor das hipóteses, servir para fortalecer a fé. Outra certeza que devemos ter é de que quando ambos divergem, é sempre melhor aceitar que o Evangelho está correto, e que a ciência (como tem origem humana) está sempre mudando.
Com o conhecimento do Evangelho que temos atualmente, ainda não é possível harmonizar completamente o conhecimento cientifico e do Evangelho. Haverá um dia, no futuro, em que isso será possível, “(...) porque a terra se encherá do conhecimento do Senhor, como as águas cobrem o mar” (Isaias 11:9).

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
  1. Ensinamentos do Profeta Joseph Smith, Compilação de Joseph Fielding Smith.
  2. Brown-Driver-Briggss´ Hebrew Definitions
  3. Strong, James (1890) Strong's Exhaustive Concordance S.T.D., LL.D., 1890.

Nenhum comentário:

Postar um comentário